Entre dia 10 de setembro e 15 de outubro está patente, na nossa escola (Instituto Piaget | Escola Profissional Jean Piaget), a exposição “A Esferográfica de Vilas”.
A exposição resulta de uma parceria realizada entre a Escola e a Bedeteca de Beja e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h00.
Paulo Monteiro, diretor da Bedeteca de Beja, fala-nos um pouco deste artista.
“Vilas nasceu em Vila Azedo, no ano de 1962. Viveu parte da infância na aldeia, que só deixou quando o pai foi trabalhar para a Base Aérea de Beja. Começou a desenhar desde que se lembra. Uma paixão que lhe parecia natural e que auspiciava um percurso diferente. Mas Vilas nunca gostou muito da escola. No 8º ano deixou as aulas e foi trabalhar como operário da construção civil. Nunca frequentou escolas de artes, nem teve nenhum mestre.
Andou “aos saltos” de trabalho em trabalho, mas sempre com o desenho a roer-lhe os calcanhares. Era um “desenhador de café”. Fazia desenhos em guardanapos e nos papéis que lhe iam aparecendo pela frente. “Para oferecer aos amigos” … Quase sempre a esferográfica, o seu material de eleição. A família sempre gostou do seu trabalho, o que o incentivava a continuar. Seguir Belas Artes, por exemplo, já era outra história: “Nunca pensei nisso”.
O tempo trouxe-lhe maturidade e arrojo: em 2004 concorreu à Galeria Aberta, e acabou por expor o seu trabalho na Casa das Artes – Museu Jorge Vieira, chegando a ganhar uma Menção Honrosa. Depois disso, a vida seguiu. Fez várias exposições individuais e participou em várias exposições coletivas. Boa parte na Casa da Cultura de Beja…
Em 2017 foi convidado a expor uma retrospetiva da sua obra no Edifício Central do Município de Lisboa, ocasião em que foi publicado o livro Vilas, natureza em contraste (Letras Paralelas) e exibido o filme, Eu Mesmo, de Joaquim Silva, acerca da sua obra. Um “momento especial” que Vilas recorda com alguma emoção. De então para cá as coisas pouco mudaram. Vai fazendo “o que aparece”. Quando tem menos trabalho, desenha mais. Quando tem mais trabalho, desenha menos. Mas desenha sempre: “É uma coisa que nasceu comigo”.
Pelos seus olhos desfilam javalis, touros, burros e cabras, plantas mais ou menos exóticas, catos, árvores desgrenhadas, a terra seca…. É esta a paisagem que o habita. E que partilha connosco, com a generosidade que o caracteriza.”
Apareçam para uma visita!